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CefalometriaNos dias de hoje, todo ortodontista que exclui o uso sistemático da cefalometria no seu trabalho cotidiano é um piloto de avião sem mapa, sem rádio e sem radar, o que supõe, portanto, uma navegação visual sem previsão de tempo e condições de vôo.
Manobras de um especialista desse tipo são aleatórias e incontroláveis. Aqueles que acham a cefalometria uma prática dispensável, não são dignos de serem chamados de ortodontistas. Eles são e continuarão sendo os bricoleiros da ortodontia, e nada mais.
A prática da cefalometria necessita de conhecimentos anatômicos indispensáveis, análise e avaliação dos resultados. Antes de qualquer tentativa ser feita ao traçar uma radiografia cefalométrica, o clínico deve se tornar intimamente familiarizado com a anatomia geral da cabeça, em particular com os componentes ósseos do crânio e da face.
O acesso a um crânio seco também é útil como um meio auxiliar na identificação de vários pontos de referência ósseos. É importante reconhecer que um cefalograma bidimensional representa um objeto tridimensional e que estruturas bilaterais são projetadas sobre o filme.
O clínico deve ser capaz de distinguir as estruturas bilaterais e traçá-las de forma independente, porque, na maioria dos casos, os contornos dos lados direito e esquerdo não vão estar perfeitamente sobrepostos devido à assimetria facial, à maior ampliação na imagem do lado do crânio mais distante do filme e posicionamento imperfeito do paciente ao cefalostato.
Por convenção, as estruturas bilaterais (por exemplo, os ramos e as bordas inferiores da mandíbula) são traçadas primeiro e independentemente. Uma linha interrompida é então traçada por aproximação visual para representar a média dessas duas linhas. Todos os pontos de referência bilaterais que estiverem presentes serão localizados no contorno “médio” de um osso específico como a mandíbula.
Deve-se tomar um cuidado especial ao verificar o alinhamento da cabeça antes de realizar a exposição do filme (disparo). Além disso, o plano mediano da face deve corresponder à régua vertical do cefalostato.
Atualmente, trabalhamos com a cefalometria computadorizada, que é capaz de fornecer um grande número de informações, auxiliando o ortodontista a diagnosticar e planejar seus casos.
José Benedito Fonseca Limongi
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