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Os métodos vertebrais dão o mesmo resultado dos carpais? Por que trocar a análise carpal pela análise cervical se a primeira já é consagrada? Essas são dúvidas muito comuns entre dentistas e radiologistas em relação a esse assunto, o que leva muitos profissionais a seguirem utilizando o método carpal nos dias atuais para identificar a idade óssea de seus pacientes. 

Apesar de parecer recente, a análise cervical já é utilizada desde a década de 70 e a literatura é unânime ao afirmar que o método vertebral corresponde ao método carpal, isto é, ambos levam ao mesmo resultado. A seguir, você entenderá melhor a importância de conhecer a idade óssea e trocar a análise carpal pela cervical tanto para o profissional quanto para o paciente.

O que é a idade óssea?

A idade óssea é o indicador mais comumente usado nos estudos sobre crescimento e desenvolvimento e é considerada um verdadeiro registro da idade biológica.

Sua determinação é baseada nas mudanças esqueléticas durante o crescimento, as quais podem ser visualizadas e avaliadas em radiografias de áreas selecionadas do corpo, durante o período de crescimento, conforme a ilustração abaixo:

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Qual é a vantagem clínica da idade óssea? 

A principal vantagem é estimar o crescimento e o tanto que essa quantidade de matéria do paciente irá crescer. Para o implantodontista, por exemplo, a idade óssea ajuda a saber o quanto disso já parou de crescer para então colocar um pino. O bucomaxilo, para saber quando meninas já cessaram o crescimento e estão aptas para serem operadas cirurgicamente. Quando cessa o crescimento, pode-se operar o paciente. 

Deve-se usar qualquer método de idade óssea para saber quando usar a ortopedia e se ela funcionará corretamente. Quando se percebe que não funcionará, há um limite entre o que pode ser tratado com extração dentária ou mecânica e o que não pode ser tratado, sendo preciso realizar procedimento cirúrgico.

De acordo com Graber, dois terços dos casos que aparecem no consultório são problemas relacionados ao crescimento ou maloclusões em que o crescimento e desenvolvimento desempenham um papel importante no êxito ou fracasso da mecanoterapia. Se a medida for feita corretamente, será possível definir se o tratamento terá sucesso. 

Quais são os métodos carpais mais usados no mundo e no Brasil?

Tanner Whitehouse é o método de análise carpal mais usado atualmente, mas não é tão eficiente para o povo brasileiro, pois foi desenvolvido na Inglaterra. Segundo o Dr. Paulo Ferreira, é importante que o método carpal seja desenvolvido de acordo com cada etnia. 

Em 1977, o professor brasileiro Joel Martins gerou a curva de Martins Sakima, estudando a população brasileira. 

Por que trocar os métodos carpais pelos cervicais?

Acredita-se que a análise pelo método cervical foi desenvolvida pelo professor Lamparski, de Pittsburgh, em 1972. Em sua tese, ele busca descobrir qual a estrutura na cabeça que daria o mesmo resultado da mão e do punho.

Existem métodos de idade óssea da bacia, do pé, do fêmur, do acrômio, por exemplo, mas que não podem ser usados por dentistas. Portanto, Lamparski desejava criar um método em que o osso estivesse nas radiografias de rotina. 

Além do método de Lamparski, outros métodos cervicais disponíveis são:

  • Modificação de Hassel & Farman (1995)
  • Modificação Baccetti et al. (2002)
  • Modificação Chen et al. (2004)

As principais vantagens de realizar essa troca é reduzir a emissão de radiação ionizante no paciente e o custo da documentação de ingresso do paciente no consultório, além, é claro, da simplificação dos recursos disponíveis de diagnóstico, utilizando a própria telerradiografia para fazer a análise cervical, evitando ter que realizar a radiografia do punho e da mão.

Outra grande vantagem é a agilidade em realizar a análise, que pode ser feita em poucos segundos com a ajuda de softwares específicos, como o EasyAge ou o Cfaz.net.

Como realizar a análise cervical?

Lamparski (1972) desenvolveu uma série de padrões para avaliar a idade esquelética utilizando as vértebras cervicais (C2 e C6), considerando que é tão confiável e válida quanto a análise carpal.

Hassel e Farman (1995) propuseram modificações no método de Lamparski, utilizando apenas as vértebras C2, C3 e C4 e fizeram adaptações para conseguir classificar nos estágios de Lamparski. Para considerarmos o paciente no CS6, pelo menos uma das vértebras (C3, C4) deverá estar retangular na vertical. 

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O software EasyAge, utilizado em 127 países, foi desenvolvido pelo Dr. Paulo Ferreira em 2010 e tem a patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Ele pode ser baixado gratuitamente e utilizado para fazer impressão.

Dr. Paulo é mestre em ortodontia, especialista em Radiologia Odontológica, ortopedia funcional dos maxilares, Coordenador do curso de Especialização em Ortodontia na ABO de Campinas.

É importante solicitar ao centro de radiologia com o qual você trabalha que realize o laudo de idade óssea pela cervical. O software Cfaz.net, para clínicas radiológicas, é pioneiro no desenvolvimento de uma ferramenta capaz de fazer essa análise em tempo real, com o auxílio de inteligência artificial. 

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