A Cfaz convidou o Consultor Financeiro e Prof. Fábio Iwakura, especialista em gestão financeira para a área da saúde, para ajudar profissionais radiologistas com orientações e dicas sobre como cuidar da saúde financeira do seu negócio.
Segundo o Prof. Fábio, a área financeira é o coração de toda empresa, é onde tudo começa e termina. Se você tem um bom controle financeiro, você sabe como está a saúde da sua empresa, sabe com exatidão qual é a sua receita, quais as suas despesas, sua margem de lucratividade, quais serviços ou produtos geram mais receita, sabe se você tem inadimplência e qual o seu valor, por exemplo.
Por que é importante ter uma boa gestão?
Uma empresa que administra bem o seu dinheiro é saudável e próspera. Já aquele profissional que mistura conta pessoal com a da empresa, que não tem cuidado de registrar todas as entradas e saídas e não se preocupa com inadimplência ou em cobrar seus inadimplentes, certamente está passando por uma situação difícil.
Considerando que ainda estamos vivendo uma situação de pandemia, a população brasileira continua muito preocupada com o seu emprego e a situação financeira de sua família, por exemplo, e isso tem como reflexo cortes em despesas para priorizar questões mais básicas de sobrevivência, deixando de investir na saúde.
Com isso, muitas empresas de radiologia estão sendo impactadas. Afinal, se o solicitante passa por dificuldades porque o paciente está com más condições financeiras, isso tem impacto em toda a cadeia, inclusive no seu negócio enquanto clínica de imagem.
1. Separe capital da empresa x capital do empresário
O primeiro passo para ter uma boa gestão financeira é separar o seu dinheiro pessoal do que pertence à empresa.
Por que no final do mês grande parte dos empresários percebe que sua empresa não está gerando dinheiro? Porque estes mesmos empresários usam o caixa da clínica como seu banco pessoal e tiram dinheiro para abastecer o carro, fazer compras de supermercado, pagar a mensalidade da escola dos filhos… Esse é um grave erro que precisa ser administrado.
Se você mistura o dinheiro pessoal com o da clínica, você não tem uma boa gestão de negócio. Mas como fazer essa separação? Confira nos tópicos a seguir algumas orientações do Prof. Fábio.
2. Determine o seu pró-labore
Basicamente, pró-labore é o salário mensal do empreendedor, e esse valor deve ser pago pelos clientes, não pela empresa. Assim como o salário dos seus funcionários, ele deve ser considerado como um custo fixo, caso contrário, isso não vai impactar no preço final do seu serviço e, consequentemente, será pago a você pela sua empresa e não pelos seus clientes.
Muitos empresários já fazem a sua retirada mensal, mas a maioria ainda mistura dinheiro e fica com o que sobra no final do mês. Quando você não tem um salário fixo, você corre o risco de não poder contar com essa sobra.
Segundo o Prof. Fábio, é mais fácil adaptar o seu estilo de vida ao que a empresa pode pagar do que adaptar a sua empresa ao que você quer ganhar. Sendo assim, é importante fazer um equilíbrio entre o que você quer receber e quanto a clínica pode pagar. À medida que a empresa puder pagar mais, você passa a fazer retiradas maiores.
Em clínicas de pequeno porte, é comum que o empresário atue como administrador e prestador de serviços, executando atividades como recepção e realização dos exames etc. Nesse caso, o seu pró-labore deve considerar essas funções, retirando um valor fixo de 40% como administrador e 60% como executor ou prestador de serviços. É interessante que a sua parte como executor esteja atrelada à sua produtividade, assim, quanto mais você gerar receita, mais você vai receber naquele mês.
Outra forma de incrementar o seu salário é acrescentar uma parte dos lucros enquanto dono e investidor da empresa, como dividendo. Lucro é o que sobra no final do mês após serem pagas todas as despesas, diferente da receita, que é a soma de tudo que entrou naquele mês. O Prof. Fábio sugere que esse incremento não seja feito mensalmente, e sim anual ou semestralmente para não impactar negativamente nos resultados da empresa.
3. Entenda a diferença entre receita e lucro
A receita do seu negócio é a soma de todo o dinheiro que entra no mês, diferentemente do faturamento, que é o que está previsto para ser recebido daqui a um determinado período, como as parcelas do cartão de crédito.
Essa receita deve ser destinada não apenas para o seu pró-labore, mas para pagar os seus custos fixos e variáveis. Uma parte dela é destinada às despesas, como salários, aluguel, água, energia elétrica, materiais, equipamentos, impostos, marketing, contabilidade etc. Outra parte para o pró-labore do empreendedor enquanto gerente e executor.
O que sobrar disso é o lucro, que deve ser destinado para sua reserva de emergência, capital de giro, novos investimentos, como reforma, compra de equipamentos, ampliação de filiais etc., e dividendos do Empreendedor.
Prof. Fábio sugere que a reserva de emergência da sua clínica seja em torno de 6x e no mínimo 3x o valor do seu custo fixo mensal para que, caso haja algum imprevisto, você tenha pelo menos de 3 a 6 meses de poupança para sobreviver.
4. Identifique e controle todos os custos
Custos devem ser cortados periodicamente para evitar que cresçam a ponto de comprometer a lucratividade e a sobrevivência da sua empresa. Para isso, é importante registrar mensalmente todos os custos e avaliar quais podem ser cortados, reduzidos ou controlados.
Utilizar um software de gestão facilita bastante esse processo, tornando as informações mais acessíveis e organizadas, sem a necessidade de acumular planilhas e mais planilhas ou até mesmo cadernos de notas. Alguns softwares, como o Cfaz.net, geram relatórios automáticos baseados nesses dados que ajudam o empreendedor na tomada de decisões estratégicas para a sua clínica.
5. Transforme a depreciação em poupança
Todos os equipamentos sofrem um desgaste mensal e deverão ser substituídos ou repostos em alguns anos, gerando um custo considerável. De acordo com a contabilidade, um equipamento odontológico tem vida útil de 10 anos e, ano a ano, ele perde valor.
Para saber quanto ele deprecia por ano, basta dividir por 10 o valor total que você pagou por ele. Se ele custou 300 mil, o equipamento deprecia 30 mil por ano. Esse valor deve ser incluído no preço final do exame para recuperar esse dinheiro para que em 10 anos você tenha montante suficiente para comprar um novo equipamento.
Este artigo é um resumo do Webinar sobre Gestão Financeira apresentado pelo Prof. Fábio Iwakura, consultor especializado em finanças para a área da saúde. Clique aqui para assistir o Webinar completo. Continue acompanhando o nosso blog e inscreva-se na Newsletter para receber os próximos conteúdos em primeira mão.
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