Os estudos do desenvolvimento físico dos indivíduos são de extrema importância para a odontologia, principalmente para as áreas de ortodontia e ortopedia facial. A partir desses estudos, os especialistas têm “uma importante arma na prevenção, no diagnóstico, no planejamento e no tratamento precoce das anomalias durante a fase de crescimento e desenvolvimento do indivíduo”, diz o professor Prof. Dr. Orivaldo Tavano.
Esses estudos se tornam ainda mais importantes quando observamos que dois terços das más oclusões estão diretamente relacionadas ao crescimento e desenvolvimento esquelético.
Existem vários métodos utilizados para avaliar a maturação de um indivíduo: determinação das idades cronológica, dentária e esquelética, variações de peso e altura e manifestação secundária de gêneros que acompanham a fase pré-adolescência e adolescência. Segundo Fuziy, a idade esquelética é o meio mais fiel para determinar a idade biológica, já que os outros métodos têm se mostrado pouco eficientes devido à variabilidade de parâmetros como predisposição genética, enfermidades, condições climáticas e socioeconômicas – estas especialmente relacionadas aos aspectos nutricionais.
Para determinação da idade esquelética, vários autores fizeram alguns estudos a partir da radiografia carpal, pois a mão e o punho contêm quase trinta centros de ossificação, sendo uma das regiões onde mais podemos encontrar tais centros. A primeira dessas metodologias foi proposta por Pryor no início do século XX. Podemos separar essas metodologias em 3 tipos: o clássico, o método de escores e os métodos que utilizam medidas dimensionais dos centros de ossificação.
O clássico consiste em comparar a radiografia com um atlas, como o de Todd ou de Greulich & Pyle. O método de escore consiste em pontuar alguns centro de ossificação de acordo com uma escala de desenvolvimento. Por fim, os métodos que utilizam medidas dimensionais consistem em medir os centros de ossificação e comparar com uma tabela de valores médios encontrados nos indivíduos.
A partir dos estudos de Lamparski em 1972, foi observado que as vértebras poderiam ser usadas para determinar a idade óssea. Em seguida, alguns autores como Hassel & Farman fizeram algumas adaptações no método de Lamparski e conseguiram determinar a maturação óssea, mas ainda assim o método pode ser considerado subjetivo, pois o dentista necessita comparar a radiografia com um padrão.
Para eliminar a subjetividade do método de Lamparski e adaptações (Hassel & Farman), Mito propôs uma fórmula em que as variáveis seriam as medidas da altura e largura de duas vértebras cervicais: C3 e C4. Dessa maneira, é eliminada a subjetividade e a análise se torna objetiva, diminuindo a diferença de um examinador para outro (o que poderia haver no método de Lamparski e suas adaptações).
Mito fez o estudo com mulheres japonesas e observou que há uma correlação com os homens japoneses, porém Caldas observou que essa correlação não existiu com os estudos que realizou com os brasileiros. Observando que havia essa discrepância, Caldas criou duas fórmulas, uma para o sexo masculino e outra para o sexo feminino. Em sua pesquisa, ela provou que os resultados obtidos com as novas fórmulas foram tão eficientes quanto a análise de idade óssea utilizando a carpal pelo método Tanner & Whitehouse.
No Cfaz.net inserimos a análise de Mito e a análise de Caldas para que todos os nossos clientes possam usufruir desse novo método de identificar a idade óssea. Para saber mais sobre as vantagens da utilização do método de Caldas, acesse nosso artigo A saúde do paciente em 1º lugar: Análise de Idade Óssea Cervical.
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Referências
CALDAS, Maria de Paula. AVALIAÇÃO DA MATURAÇÃO ESQUELÉTICA NA POPULAÇÃO BRASILEIRA POR MEIO DA ANÁLISE DAS VÉRTEBRAS CERVICAIS. 2007. Dissertação (Mestrado em Radiologia Odontológica) – UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA, Piracicaba, 2007.
FUZIY, Acácio et al. Estudo comparativo da idade óssea em radiografias carpais e a maturação das vértebras cervicais em telerradiografias em norma lateral. OrtodontiaSPO, [S. l.], ano 2014, n. V47N6, p. 561-8, 1 out. 2014. DOI http://www.ortociencia.com.br/Artigo/Index/21766. Disponível em: Outubro 2014. Acesso em: 12 mar. 2019.
Tavano O, Freitas JAS, Lopes ES. Greulich & Pyle e Tanner & Whitehouse: comparação entre duas tabelas de avaliação de idade biológica através do desenvolvimento ósseo. Pediatria Clínica 1982;5(6):7-21.
Mito T, Sato K, Mitani H. Cervical vertebrae bone in girls. Am J Orthod Dentofacial Orthop 2002;122(4):380-5.
Lamparski DG. Skeletal age assessment utilizing cervical vertebrae [dissertação]. Pittsburg: University of Pittsburg;1972.
Hassel B, Farman AG. Skeletal maturation evaluation using cervical vertebrae. Am J. Orthod Dentof Orthop 1995;107(1):58-66.