1 – Plano oclusal (PO) na horizontal;
2 – Dentes em máxima intercuspidação;
3 – O plano oclusal deve estar no centro da imagem, no sentido vertical;
4 – Na fotografia frontal, a linha média deve estar no centro da imagem. No sentido postero-anterior, o enquadramento deve incluir o incisivo central e, no mínimo, os 1°s molares.
Fotografias intra-orais oclusais – Recomendações
1 – Paciente com máxima abertura bucal;
2 – Devem ser realizadas uma tomada da arcada superior e outra da arcada inferior;
3 – Para a arcada dentária superior, o enquadramento deve incluir todo o arco dentário com a rafe palatina centralizada e na vertical;
4 – Para a arcada dentária inferior a linha média deve ficar no centro da imagem no sentido transversal.
As fotografias oclusais fazem parte do protocolo sugerido internacionalmente. Elas têm a vantagem de melhor evidenciar, para o paciente, as irregularidades das arcadas dentárias, como apinhamentos e atresias. Não são recomendáveis para medições, pois as imagens fotográficas têm sempre distorções.
Quem não tem acesso a escanear modelos em 3D e não quer guardar modelos, o que se compreende ser impossível nos dias de hoje, pode fazer xerox da faces oclusais do dentes, digitalizar o xerox com scanner, obtendo-se o arquivo em digital com fidelidade. Outra alternativa de digitalizar, com fidelidade, as faces oclusais é colocar os modelos, diretamente, no scanner. Recomenda-se colocar um modelo por vez, no centro do scanner.
Como foi recomendado, as fotografias intra orais devem ter o PO na horizontal e aproximadamente no centro da imagem
Estas são as recomendações atuais, recomendadas pela World Federation Orthodontist [4] (WFO) e os demais citados anteriormente. Este procedimento, de colocar o PO na horizontal, é um intento de padronização, procurando evitar casos com PO em posições fora darealidade, como o exemplo citado a seguir, publicado em conceituada Revista da Ortodontia. O caso clínico apresentado com a imagem intra oral lateral tendo inclinação caudal de – 5° em relação a linha horizontal, que corresponde a Frankfurt. No entanto o PO que nos mostra a telerradiografia tem + 8°, extraordinária diferença, que não representa a realidade.
Com recursos gráficos, pode-se corrigir casos como este, como foi feito na
imagem intra oral embaixo na direita.
A recomendação de posicionar o PO na horizontal é um intento simples para evitar os desacertos graves que se encontram. No entanto, muitas vezes, também, está fora da realidade. Assim, vem aparecendo na literatura novas propostas para reproduzir a real posição do Plano Oclusal (PO) nas, fotografias intraorais, sobretudo em vista frontal, que tem implicações significativas na estética facial.
Proffit, [11] Pinzan [3] , Bastos [9] , mostram que a real posição do PO pode ser avaliada fazendo o paciente morder uma haste de madeira, o que bem caracteriza a posição do PO, revelando se há inclinações, como mostram as figuras a seguir.
Pereira e outros publicaram “Avaliação do Plano Oclusal, no sentido póstero-anterior, nas fotografias intra-orais” [12] e ressaltam a importância fundamental de que se fotografe a real posição do PO.
Principalmente em vista transversal, o PO representa valioso sinal para o diagnóstico e plano de tratamento, além de servir como documentação em caso de demandas judiciais. Pois ocorre que o paciente, algumas vezes, tem inclinação do PO em vista transversal e isto lhe passa desapercebido, até que alguém lhe chame a atenção e então ele passa ver esta disrelação e pode atribuir a iatrogênese de tratamento realizado, o que levou a Pereira e outros a publicarem (“The importance of Evaluating the Transverse Cant of the Occlusal Plane in Intraoral Photographs” [12]), onde sugerem que se inclua no protocolo de imagens uma fotografia, com afastadores, que mostre os olhos. Os afastadores possibilitam que se avalie com mais segurança a linha representativa do PO. A fotografia sorrindo geralmente não é suficiente para determinar a linha representativa de PO e os olhos permitem que se trace a linha bi-pupilar, que possibilita posicionar o paciente com Frankfurt na horizontal.
Para se ter imagens intra-orais, com a real posição do Plano Oclusal (PO), o certo e ideal é fazer a fotografia tendo o paciente com o Plano de Frankfurt na horizontal e a câmara fotográfica também na horizontal e a câmera fotográfica também na horizontal. Desta forma a imagem intra-oral vai reproduzir exatamente a real posição do PO.
A área de interesse é a zona dentária, conforme mostram as figuras, enquadradas em cor bordô. Porém não necessariamente a fotografia deve restringir-se a esta área. Pode-se fotografar uma área maior e recortar depois nos limites que se deseja, com os recursos do Adobe Photoshop.
Considerando que as fotografias, geralmente, são feitas por auxiliares, que nem sempre observam a determinação acima, apresentamos a seguir outros recursos para que se tenha a posição certa do PO.
Enquadrar a fotografia incluindo zona dentária, com afastadores, e olhos como mostra a imagem abaixo com a “sombra” bordô.
Como mostra a figura da direita, traça-se a linha bi-pupilar que deve ficar na horizontal, pois ela representa o Plano de Frankfurt. Partindo da Glabela traça-se uma linha vertical perpendicular a linha bi-pupilar, de tal forma que evidenciará a real posição do PO.
O enquadramento da fotografia restringe-se a área de interesse: intra-bucal e olhos, como mostra a “sombra” bordô.
Uma boa alternativas de se transferir, para a fotografia intra-oral, a linha que corresponde a inclinação do PO revelada pela haste de madeira, é usar os recursos gráficos, do Adobe ou do Power Point, simplesmente transferindo a linha de uma imagem para a outra.
Ainda outra maneira de transferir a linha da haste de madeira, para a fotografia intra oral é medir o ângulo desta inclinação com a linha bi-pupilar, que corresponde a 4,5 ° na figura abaixo. Considerando que linha bi -pupilar está na horizontal e também está na horizontal o quadro da fotografia intra oral, basta criar uma linha com o ângulo de 4,5 ° na imagem intra oral e depois arrastar para a região do PO. Traça-se uma linha formando ângulo de 4.5° com a parte superior do quadro da imagem intra-oral. Transferindo esta linha para a área da oclusão observa-se a real posição do PO.
Animações referentes as imagens que seguem
https://www.youtube.com/watch?v=t2u9hz3MFPU
https://www.youtube.com/watch?v=21xH2mJuk3w
Conjunto de fotografias abaixo é recomendado internacionalmente como procedimento de rotina. Imagens colhidas em – Ideal Photographs and Radiograph American Board of Orthodontics. [2]
Além das fotografias padrão, recomendadas, nada impede, no entanto, que o profissional faça outras fotografias adicionais, como por exemplo fotografias artísticas, meia face ou com os dentes entreabertos, para mostrar os incisivos inferiores, no caso de mordida profunda.
Fotografias colhidas no livro “Ortodontia Lingual” de autoria de Henrique Bacci. Editora Napoleão.
Imagens da Dra. Bastos
Fotografias de meia face. Muito usada pelos cirurgiões ortognata.
Dentes entre-abertos
É recomendável fazer uma tomada com os dentes entre-abertos, principalmente naqueles casos de sobre mordida ou “mordida profunda”, em que se faz necessário mostrar os incisivos inferiores, seja porque estão apinhados, com gengivite ou diferentes colorações.
Sugere-se que a abertura seja apenas o suficiente para mostrar os incisivos inferiores e que se tenha um mesmo padrão, para o “antes” e “depois”.
Ao fazer as fotografias finais, observe como foram feitas a fotografias iniciais e tratar de repetir da mesma forma. Se esta não é a vista ideal, faça outras, como lhe parecer melhor. Porém, uma deve ser semelhante a posição da fotografia inicial, isto se refere ao sorriso e outros detalhes, com vista oclusal dos incisivos inferiores com a intenção de mostrar apinhamento ou outras peculiaridades.
Cléber Bidegain Pereira
cleber@cleber.com.br
1 – Pereira, CB – “Sistemática Observação da Face” . Revista Virtual da AcBO – ISSN 2316-7262 Vol. 1 N 2 . dez. 2012
2 – Gordon, P. e Wageer, P. – “Techniques for dental photography”. Br. Dent. J., v. 162, n. 25, p. 307-316, Apr. 1987.
3 – Pinzan A, et al – “Proposta para a Padronização das Tomadas Fotográficas Intrabucais, com Finalidade Ortodôntica” . Revista Dental Press Ortodontia e Ortopedia Maxilar . Vol. 2 N. 6 . nov./dez. 1997
4 – American Board of Orthodontic . “Ideal Photographs and Radiographs”.
5 – European Association for Cranio-Maxillo-Facial Surgery Standard Pictures Set – “Digital Photodocumentation in Cranio-Maxillo-Facial-Surgery”. Part 1:Basic views and guidelines
6 – Board Brasileiro de Ortodontia e Ortopedia Facial – Manual do Candidato.
7 – Pereira, CB e Corrêa MW – “Imagens na Ortodontia – Padrão da Sociedade Paulista de Ortodontia ” (SPO) . Revista ORTODONTIA, órgão oficial da SPO – N. 61 – jan./fer/mar./abr. 2000
8 – Pereira, CB; Eid, NLM – “Padronização de Fotografias na Ortodontia”. Revista Virtual da AcBO – ISSN 2316-7262 Vol. 1 N 1 – jun. 2012
9 – Pereira, CB; Spyrides, KS; Bastos, SHV . “Manual para Fotografias e Telerradiografias com fins Ortodônticos e Ortopédicos”, 2013. Revista Virtual da AcBO – ISSN 2316-7262 Vol. 3 N 1 – jan. 2014
10 – Pereira, CB . “Posicionamento da Máquina Fotográfica e do Paciente nas Fotografias da Ortodontia”. Revista Virtual da AcBO – ISSN 2316-7262 Vol. 1 N 1 – jun. 2013.
11 – Proffit, WR; Fields, HW Jr; Sarver, DM. “Contemporary Orthodontics”, Fourth – Edition, Mosby/Elsevier, 2007, ISBN-13: 978-0-323-04046-4, ISBN-10: 0-323-04046-2.
12 – Pereira, CB et al . “Avaliação do Plano Oclusal, no sentido postero-anterior, nas fotografias Intra-orais” . Revista Virtual da AcBO – ISSN 2316-7262 – Vol. 1 N 2 . Dez. 2012.
12 – Pereira, CB et al . “The importance of evaluating the transverse cant of the occlusal plane in intraoral photographs” . Journal of the World Federation of Orthodontists 3 – (2014) e19 – e25.
13 – Pereira, CB . “Vídeos Conferências e Manifestação “. Imagines na Ortodontia. Revista Virtual da AcBO – ISSN 2316-7262 Vol. 1 N 2 – dez. 2012